segunda-feira, janeiro 29, 2007

Versos que valem tudo

Um pobre amador. Um aprendiz do seu amor...
Tom Jobim
Eu sei que vou te amar, por toda a minha vida...
No mesmo Tom

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Cinco Palavras

Ainda sobre o tema palavras, recentemente li um texto do Luiz Caversan, na Folha, no qual comentava sobre a mesmice nos cumprimentos de Ano Novo. No mesmo texto ele sugeria 20 palavras que deveriam estar presentes nos desejos para o ano de 2007.
As palavras são as seguintes:

Compostura
Paz
Foco
Respeito
Fidelidade
Observação
Amabilidade
Clareza
Desejo
Acuidade
Felicidade
Determinação
Serenidade
Aceitação
Resistência
Coragem
Amor
Sonho
Realidade
Generosidade

São muitas? Então combinemos só cinco e tentemos fazê-las presentes no nosso ano de 2007. Se conseguirmos, acho que em 31 de dezembro de 2007 estaremos sentindo saudades do ano velho.
Vamos em frente!

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Estranho Percurso

Ela disse: vamos conversar e ele entendeu: ela não concorda.
Ele disse: eu gosto de você e ela entendeu: ele não me ama.
Ela disse: pode ser amanhã? Ele entendeu: ela me rejeita.
Ele disse: não quero e ela entendeu: ele não me quer.
Ela falou alto e ele entendeu que ela gritava com ele.
Ele evitou falar muito e ela entendeu que ele a ignorava.
Pensou em quão estranho era o percurso das palavras. Elaboradas num cérebro qualquer, formatadas ou juntadas em frases, são impulsionadas por um fluxo de ar e lançadas com o molde da concepção.
Uma vez concebidas, faladas, já no mundo dos ouvintes, encontram-se impregnadas de sons, entonações, que lhe dão uma característica especial. Já não são só palavras, letras arrumadas lançadas ao ar. Nesse mundo dos ouvintes chegam sonoras e por uma estranha decodificação transformam-se no que o ouvinte quer ou consegue entender. Entram pelos ouvidos e contaminam o corpo. Podem provocar tremores de amor e ódio, lágrimas de alegria ou tristeza, adoçar ou amargar a boca, dilatar as pupilas ou tranqüilizar o olhar. Chegam ao cérebro diferentes da forma original.
Muitas vezes são esquecidas, mesmo quando fundamentais. Outras são guardadas, impregnadas de imagens que foram meras figurantes, perdendo seu contexto e permanecendo lá, como um cravo pronto a provocar sangramento a qualquer sinal de recuperação, alimentadas pelo desamor.
Na fonte permanecem originais, incorruptíveis, pretendendo lidar com os sentimentos sem violações oportunistas, prontas para quando ele disser: vamos conversar! Ela saiba: vamos nos entender.
Ela disser: meu querido, ele saiba: meu amor.
Ele disser: pode ser amanhã? Ela saiba: vamos!
Ela disser: não quero, ele saiba: ela não quer.
Ele disser: deliciosa, ela saiba: sou eu.
E quando ela ficar em silêncio ele saiba que é hora de beijar-lhe a suave boca.
Estranho percurso esse das palavras.
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