quarta-feira, março 16, 2005

Uma vez Flamengo.......

Conheceram-se na rua, perto do estádio do Maracanã, numa tarde de FlaFlu.
Ele tomava uma água de coco gelada, enquanto não desgrudava os olhos dela.
Já ela, comia um churrasquinho com farofa, alternando saborosos goles de uma cerveja igualmente gelada, também de olho nele, discretamente, mas com desejo.
Naquele grupo de torcedores, a maioria exibindo suas camisas do Flamengo, eram uma ilha. Num daqueles momentos mágicos, em que parece só existirem os dois.
Não dava para resistir. Buscaram-se para uma conversa, instintivamente, como se já fossem velhos conhecidos.
- Animada para o jogo? Perguntou ele, dando o pontapé inicial.
- Bem, para ser sincera, não estava pensando em ir ao jogo. Parei aqui e resolvi comer alguma coisa.
Uma defesa aparente. Na verdade, um ataque contundente.
Conversaram animadamente sobre futebol, mas ela preferia sexo. Acabou convencendo-o a não ir ao jogo. Ele se fingiu convencido, mas já tinha desistido há muito tempo. O papo era bom.
Achou meio estranho quando ele comparou sua beleza a um gol do Zico, aquele do campeonato não sei de que ano. Enquanto ele narrava o tal gol animadamente, ela preferia imaginá-lo puxando-a selvagemente pelos cabelos.
Depois de umas dez cervejas ele só falava no tal do Zico e nada de entrar no único assunto que a interessava naquele momento: irem para a cama.
- Será que, de tanto falar em futebol, ele já me vê como homem? Questionou-se.
Era decidida e numa última tentativa, já anoitecendo, resolve ser fatal e chama-lo para sair.
Ele, surpreso, dá-lhe um beijo e concorda.
Ela não gosta muito do beijo. Tinha gosto de cerveja e cheiro de churrasquinho. Mas, fazer o que? Pensou. Já tinha investido tanto que achou melhor ir em frente.
Entregam-se ao prazer.
Ela pede que ele use camisinha. Fica mais à vontade assim.
Ele pega alguma coisa na carteira e atende ao pedido dela.
E entregam-se com desejo. Ela quer mais. Ele, nem tanto.
Ela queria domínio e fantasia. Ele, não queria fazer feio.
Ela deseja algo mais volumoso e anatômico. Ele, nem imaginava isso.
No auge do prazer, o golpe fatal. Um som, parecendo um toque de celular, insiste em tocar o hino do Flamengo. Acaba com a sua concentração e empenho, antes do fim.
Recorre ao acompanhante que sorri:
- É a minha camisinha sonora. Não é legal?
Ela, pasma, se recusa a acreditar. Pede para ver.
Lá está ela, preta e vermelha. E ainda tocando o maldito hino.
Vai ao banheiro, veste-se, prende os cabelos e sai silenciosamente.
Na porta, ouve a pergunta do parceiro:
- Que foi amor? Não gostou?
- Eu sou Tricolor.
E foi embora. Deixando a única resposta que lhe ocorrera.
Chora de raiva.
Tinha perdido a partida para um time pequeno.

terça-feira, março 08, 2005

Às Mulheres

Comprovadamente, a vida veio das águas.
Das águas vieram, então, as mães.
Igualmente das águas, Iemanjá emerge num mito de geração e sedução.
Ferramentas preciosas na renovação do ciclo da vida.
Só às mulheres a natureza proveu essa credencial. Seduzir e criar.
Sábia criação.
Afinal, criaturas maravilhosas!
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