quarta-feira, outubro 26, 2005

Mentiras de Amor

Mente ao meu coração.
Mente como mentistes outrora quando timidamente jurastes amor umas poucas vezes.
Bem sei que não gostas de mentir, mas de que serve a verdade já constante, diária e persistente? A mentira pode nos trazer a falsa e agradável sensação de que vivemos imunes à dor. Mente como mentistes nas poucas declarações de bem-querer escritas ou quase não ditas.
- Eu não gosto de dizer eu te amo.
Pura mentira, Fullana. Nua e entregue ao prazer dissestes com uma desenvoltura rouca e envolvente que proporcionou a doce ilusão da felicidade. Não precisastes olhar nos olhos, veio da alma um doce engano que de tão sincero pensastes enganar a si própria.
Mas, entre esses enganos, amastes de verdade em breves instantes por uma vida inteira.
Com medo do amor de verdade, fugistes.
- Quero ser sua amante.
Mentistes mais uma vez, optando por um amor erótico na tentativa de manter, na mentira, o amor eterno experimentado. Medo da paixão.
Na desconstrução dessa verdade, restou um sentimento diário, silencioso, de todo santo dia. A ira dos demônios: o amor.
De muitos serás amante e a nenhum dirás eu te amo. Só a mim mentirás.
Por isso, mente mais uma vez ao meu coração e eu me ponho de joelhos a teus pés pela tua mentira que me encanta.
eXTReMe Tracker