sexta-feira, setembro 16, 2005

Anatomia de Fullana, As Mãos

Eu nunca esqueço a primeira vez que você pegou na minha mão. Foi para atravessar a rua, num gesto despretensioso. Éramos amigos. Essas frases eram sempre repetidas por Fullana quando nossas mãos se encontravam.
Você tem as mãos tão macias, grandes, delicadas e gostosas. Nossa, que carinhos! Frases repetidas pela sua doce voz.
Talvez ela nunca tenha percebido, nem eu, que as minhas mãos eram apenas reflexos das suas. Que aprenderam carinhos no tato daquelas mãos suaves e calmas. Suavíssimas.
Como um espelho, refletiu movimentos e sutilezas num lesbianismo involuntário expresso nos carinhos recíprocos que nos proporcionaram.
Ah, as suas mãos Fullana! Ainda as vejo acariciando minha fronte traduzindo paz e num mesmo movimento, em outro tempo, afagando meu falo em carícias preparatórias a um prazer quase eterno.
Mãos que ainda curam e seduzem. Mãos que despertam o prazer de um simples contato.
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