sexta-feira, agosto 26, 2005

Anatomia de Fullana, A Boca


O Beijo, Rodin
Originally uploaded by jaugusto1.
Quando te conheci nossas bocas sorriram. Distantes alguns metros, limitaram-se a exibir uma discreta simpatia numa troca gentil. Nos seus ofícios só sabiam falar. Falavam-se o necessário.
Na arte de falar e sorrir conquistaram-se numa troca de afetos e tonalidades. Já eram conversas e alegres sorrisos. Tinham alegria em falarem-se.
Nessa proximidade da conquista os aromas foram incorporados ao conjunto de sensações que passariam a me fazer lembrar de você.
Seguindo a construção afetiva, já regada a paixão, sabores passaram a freqüentar nossas bocas em beijos desajeitados num primeiro momento, mas que fizeram-nas se moldarem uma à outra de tal forma, que hoje beijo-te mesmo com tua boca ausente.
E com os sabores vieram as texturas. Tão diversas que espalharam prazer em deliciosos beijos por todo o nosso corpo.
Hoje, mesmo que nossas bocas não troquem sequer um som, desejam-se como sempre, num eterno beijo imortalizado por você, Fullana.
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