Namorados, Alegria e Sorvetes
Caminhava pelo corredor do Shopping entre balões em forma de coração. Rubros como a paixão, pensava. Em alguns cartazes estava escrita uma data, doze de junho. Me dei conta de que estava chegando o dia dos namorados. O comércio faz de tudo para vender, pensei novamente. Tolice minha, só se vende aquilo que alguém queira comprar. É uma lei. Oferta e procura.
Numa curiosidade observei que as lojas tinham um certo movimento de pessoas. Comprando presentes para seus namorados, imaginei. São muitos namorados e namoradas investindo em algo que passa despercebido aos vendedores e a nós, pobres consumidores, durante todo o ano. Não vem embrulhado em papel bonito e brilhante. Não tem tamanho definido. Tem sempre um valor proporcional à intensidade do desejo de sentir-se feliz. Investem.
Eles investem no amor. Amor que se materializa em presentes, cartões, beijos, abraços, olhares, risos, promessas e, às vezes, fracassos.
Mesmo sabendo que podem fracassar, investem sem balanços de perdas e ganhos. Querem amar.
Quem ama muito, investe muito, é feliz muito, tudo muito, inclusive pode perder muito. Mas quem quer pensar em perder quando ama? Ah, quando se ama nunca se perde. Amorável ingenuidade.
Namorados amam e são alegres, riem de tudo. O amor é alegre.
Enquanto comprava um sorvete, olhava, sentados num banco, o casal de namorados que ria animadamente, interminavelmente. Dava vontade de rir junto sem mesmo saber o porquê. O amor contagia.
Uma mulher observava ao lado. Não se contém.
- Minha filha, cutucou a menina, você ri tanto, não cansa? Você deve ser muito feliz, não? Irritou-se.
A menina silenciou olhando para a mulher, olhou para o namorado, riram juntos novamente, levantaram e sairam rindo, claro.
A mulher, que talvez esquecera a juventude do amor, ficou olhando, sem resposta. Talvez só lembrasse dos fracassos. Talvez deixado a felicidade escapar. Talvez desistido de investir num novo ou velho amor. Estava imunizada.
Peguei o meu sorvete, lembrei da criatura amada, sorri com os meninos e o lambi deliciosamente, lentamente, saborosamente. Passei aquele sorvete pela boca, mordendo-o delicadamente, beijando-o discretamente, em público. Era Ela, sempre Ela.
Terminei sorrindo, lunatizado, sob olhares estranhos, insistindo em amar sem medo de investir. Alegre contágio.
Numa curiosidade observei que as lojas tinham um certo movimento de pessoas. Comprando presentes para seus namorados, imaginei. São muitos namorados e namoradas investindo em algo que passa despercebido aos vendedores e a nós, pobres consumidores, durante todo o ano. Não vem embrulhado em papel bonito e brilhante. Não tem tamanho definido. Tem sempre um valor proporcional à intensidade do desejo de sentir-se feliz. Investem.
Eles investem no amor. Amor que se materializa em presentes, cartões, beijos, abraços, olhares, risos, promessas e, às vezes, fracassos.
Mesmo sabendo que podem fracassar, investem sem balanços de perdas e ganhos. Querem amar.
Quem ama muito, investe muito, é feliz muito, tudo muito, inclusive pode perder muito. Mas quem quer pensar em perder quando ama? Ah, quando se ama nunca se perde. Amorável ingenuidade.
Namorados amam e são alegres, riem de tudo. O amor é alegre.
Enquanto comprava um sorvete, olhava, sentados num banco, o casal de namorados que ria animadamente, interminavelmente. Dava vontade de rir junto sem mesmo saber o porquê. O amor contagia.
Uma mulher observava ao lado. Não se contém.
- Minha filha, cutucou a menina, você ri tanto, não cansa? Você deve ser muito feliz, não? Irritou-se.
A menina silenciou olhando para a mulher, olhou para o namorado, riram juntos novamente, levantaram e sairam rindo, claro.
A mulher, que talvez esquecera a juventude do amor, ficou olhando, sem resposta. Talvez só lembrasse dos fracassos. Talvez deixado a felicidade escapar. Talvez desistido de investir num novo ou velho amor. Estava imunizada.
Peguei o meu sorvete, lembrei da criatura amada, sorri com os meninos e o lambi deliciosamente, lentamente, saborosamente. Passei aquele sorvete pela boca, mordendo-o delicadamente, beijando-o discretamente, em público. Era Ela, sempre Ela.
Terminei sorrindo, lunatizado, sob olhares estranhos, insistindo em amar sem medo de investir. Alegre contágio.
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