domingo, junho 05, 2005

Prantos Fingidos

Ela sentou e chorou. Prantos fingidos.
Como fingidos foram os dias que se passaram. Pareciam dias, mas eram noites intermináveis de solidão e vazio.
Dançou, bebeu, sorriu, beijou. Beijos fingidos, molhados em tristeza e saudade, no limiar do pranto. Sincero.
Uma busca de nada, do nada, já que havia conhecido tudo, abandonado tudo. Mostrava um sofrer. Sofrimento fingido.
Nessas noites e dias gozou sem fingir, embora tenha fingido sem o saber, quando pensava ter prazer em braços que não os meus.
Desejei tua morte. Puro fingimento.
Não quero que você morra para não compartilhar a terra que nos cobrirá. Te desejo vida eterna. Distância eterna. Já vivemos em mundos diferentes. Verdades.
Num último desejo, também não quero tuas cruéis fingidas lágrimas respingando em meu túmulo. Teu pranto de pseudo-amor, muito mais remorso que dor.
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